Havainas amarelas

Botão fica logo vermelho depois daquela pequena pressão, sobe, desce, sobe, desce, sobe, desce sobe. Pronto, malas descarregadas e aquela ligeira sensação de que ali ja foi lembrança de dias bem monótonos pré-feriadão, e aquele sobe, desce, sobe, desce, sobe,desced sobe já andou se repetindo.
Bolsa no chão. 1ª olhada; aquário. Peixe vivo? Peixe vivo. Ótimo, Comida. Incrível como posso me tornar responsável por frágeis vidas. Talvez nem tão fragéis. Peixes de frágeis vidas não sobreviveriam a cinco dias sem comida. [...] Isso me lembra que peixes mijam no mar e que não como crianças. [...] Finalmente, bolsa no chão. Zíper aberto, tira-se somente o necessário e indispensável; chinela (aquela havaina branquinha comprada com um imenso orgulho e que pós consectivos banhos de lamas e chuvas torna-se amarela, e o orgulho se transforma em suor na tentativa da brancura reaparecer.), shampoo, condicionador, pente, pasta, escova de dente, liga, calcinha.
Na procura impaciente de um ropão limpo as portas abertas do guarda-roupa não fecham com as gavetas puxadas e mexidas.
Pronto!; Banho, calça, blusa, havaiana amarela.
Chave, dinheiro, fichas, baralho, 'ciao, mãe' 'ciao, pai' 'bença?' bença?' (aí vem a clássica resposta 'Deus te abençoe').
Mesa, fichas, baralho. Flush, eu fiz um flush! Levei a mesa.
'ciao, gente.' beijo, carro, portão, porteiro, jornal e contas, botão fica logo vermelho depois daquela pequena pressão, desce, sobe, chaves, porta.
Pronto, casa. Aquela ligeira sensação de que ali ja foi lembrança de dias bem monótonos pré-feriadão, bem mónotonos[...]
Sofá, tv e havaianas amarelas ao chão.


°A monotonia muito me agrada, muito.


º Sim, sim; um dia crio coragem e ajeito esse Template.